Meu 1º trabalho como intérprete – Parte 4 – O que aprendi

Dessa vez fiz um pouquinho diferente! Peguei uma experiência minha bem recente, dividi em 4 posts, porém com um novo estilo: fiz os posts como se fosse um diário, contando um pouquinho do que vivi nesses dois dias trabalhando como intérprete. Não sei o que vocês acharam desse estilo. Querem que continue fazendo isso ou preferem os posts mais diretos e só com dicas? Os posts do blog são para ajudar vocês, então, conversem comigo e digam o que preferem, qual estilo e assuntos.
Mas, voltando ao nosso assunto, após contar como foram esses dois dias como intérprete, vou contar agora o que aprendi com essa experiência para fechar os posts da série “Meu 1º trabalho como intérprete“.
1º – Estudar e praticar são duas coisas que nunca saem de moda. Confesso que se talvez eu não tivesse pego alguns vídeos do youtube para praticar interpretação simultânea em casa, acredito que não teria feito um bom trabalho (lembram que comentei que logo na primeira palestra encarei uma simultânea sussurrada?). Se praticar é importante, não preciso nem falar que estudar é essencial, né?!
 2º – Estar preparado para agarrar as oportunidades que possam surgir também é algo que parece um conselho básico e comum, mas muitas vezes não nos atentamos a isso. Se não me sentisse preparada, não teria podido aproveitar essa oportunidade que apareceu. Apesar da insegurança (estaria mentindo se dissesse que não senti aquele friozinho na barriga), encarei a situação e fui! Sabia que tinha condições de fazer um bom trabalho, então, estudei o conteúdo relacionado ao assunto informado e fui (com a cara e a coragem).
3º – Ter cartões de visita é sempre bom. Senti muita falta por não ter mais nenhum para trocar com os outros colegas intérpretes e com os palestrantes e demais pessoas com as quais tive contato. Se a quantidade de cartão que você tem já está acabando, faça mais! Se você ainda não tem, faça! E lembre-se de levar alguns na sua bolsa ou carteira para qualquer lugar que você for, assim não corre o risco de esquecer, ou então já está preparado caso surja uma oportunidade do nada.
4º – Falar de um jeito que o cliente entenda também é uma dica que a galera do marketing sempre dá, mas nunca pensei que fosse tão importante. Não comentei nos outros posts, mas apesar de saber que o nome correto é Interpretação (seja ela simultânea, consecutiva, sussurrada), quando me apresentava como intérprete as pessoas ficavam me olhando como se estivessem esperando mais alguma explicação e só “caía a ficha” quando eu falava que era a tradutora. OK! Vamos usar a linguagem do cliente para que ele consiga entender quem somos, o que fazemos e como podemos ajudá-lo.
5º – Às vezes é preciso condensar o que é dito, principalmente se for interpretação simultânea. Assim como na legenda, se formos traduzir palavra por palavra pode nos faltar tempo e “entupir” o ouvinte com muita informação. Por isso é importante saber condensar a informação, adaptar algumas palavras ou expressões por palavras menores, mas sempre de um jeito que não modifique a mensagem que está sendo passada e nem cause prejuízo para o ouvinte final.

6º – Tenha sempre uma garrafinha de água por perto. Nesses dois dias eu bebi mais água do que o normal. Não sei se foi porque falei muito ou por causa da tensão, ou a junção das duas coisas. Mas o fato é que bebi e continuo bebendo muita água. Tenho sentido que minha boca e garganta estão muito secas e preciso hidratar com mais frequência. Não bebo litros de água de uma vez, mas agora ando com uma garrafinha do lado e fico bebericando o tempo todo.

7º – Spray de própolis também é recomendado. Essa dica eu recebi de uma outra intérprete (com mais experiência), que disse que o ideal é andar sempre com um spray desse tipo na bolsa. Confesso que a princípio achei que isso era bobeira e que não haveria necessidade, mas com o passar dos dias acabei comprando um para experimentar, pois com a garganta ressecada acabei ficando com uma tosse chatinha, e o spray de própolis deu um alívio ótimo!

8º – Confidencialidade também é importante na interpretação. Assim como muitas vezes traduzimos documentos confidenciais para algumas empresas, na interpretação ocorre o mesmo. Neste meu primeiro trabalho a maioria das interpretações que fiz não foram confidenciais, pois eram minicursos e workshop, mas no segundo dia, quando comentei que interpretei a conversa entre o Presidente da Organização do Congresso e os membros da Asociación Gestáltica del Uruguay, o conteúdo dessa conversa era confidencial. É preciso saber guardar segredos. Se você tem dificuldade com isso, é preciso se policiar, pois o conteúdo de certas conversas, palestras, reuniões não podem sair daquele ambiente.
Isso foi o que eu aprendi na prática durante esses dois dias atuando como intérprete. É claro que tudo o que escrevi aqui para vocês foi o que eu lembro. Não sei se aprendi algo mais. Acredito que sim, mas deve ter ficado no inconsciente. De qualquer forma, todas as dicas que eu lembrar e que tiver para dar para vocês eu vou deixar em algum post aqui no blog.

6 thoughts on “Meu 1º trabalho como intérprete – Parte 4 – O que aprendi

  1. Ler sobre a tua experiência me inspira! Sou novo no ramo e confiro seus textos e dicas de leitura.
    Vivo no Japão e faço interpretações simultâneas japonês-ingles e vice versa.

  2. Nossa, deu frio na barriga agora haha 🙂 Acho o máximo os tradutores(tenho um amor especial com os legendadores, já que eles traduzem os animes, filmes, seriados que eu assisto ..< )

    Laila, vc é muito linda, com todo respeito(não é cantada haha sou gay), e tem tirado muitas dúvidas minhas ^_^ Tenho noção da existência do seu site/blog faz tempo mas só passei a ler as postagens hj haha

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