Tradução não é bico nem renda extra!
Sou lenta para acordar (rs), e uma das formas que tenho de tentar abrir os olhos é pegando o meu celular e verificando os e-mails (vai que tem trabalho ou solicitação de orçamento, né?!). Aí, imagina você acordar e ver no seu e-mail que alguém deixou um comentário no blog. Fui eu toda feliz e contente ler o tal comentário, e a pessoa já começa falando que eu dou ótimas dicas para quem quer renda extra, e ainda deixa um site???????????????????????????? COMO ASSIM, MEU POVO?????????? Quem me conhece já deve estar imaginando como eu fiquei… rs Se você não me conhece, está na hora de me conhecer. É só passar lá no YouTube e aproveitar pra conhecer o canal do Tradutor Iniciante e se inscrever!!!
O objetivo do blog é dar dicas para quem quer ser profissional!!! Não estou postando dicas para quem quer renda extra ou bico. Eu estudei para ser tradutora, investi muito tempo e dinheiro, e sempre falo que se você quer ser tradutor profissional também deve estudar e se aprimorar. O fato de morar em outro país durante um tempo, ou fazer intercâmbio, ou mesmo o simples fato de ter feito um cursinho de idiomas não habilita ninguém a ser tradutor. Sem falar que a pessoa que traduz só porque sabe um idioma pode entregar um péssimo trabalho para o cliente, e assim, perder o cliente, o que fará com que a suposta renda extra morra ali.Vou deixar um vídeo exemplificando para vocês o que acontece quando não contratam um profissional.
Desculpem o desabafo, mas sei que vocês são de casa. Vamos valorizar a nossa profissão!!! #ficaadica
7 thoughts on “Tradução não é bico nem renda extra!”
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Oi! Eu soube dessa postagem quando vi as atualizações dos blogs que coloquei em minha lista de favoritos no meu próprio blog, e me senti provocado, hahaha.
Levar ou não a tradução e legendagem "no bico"?… Sinceramente, tenho feito essa pergunta pra mim nos últimos meses, e não achei uma resposta. Me formei em História em 2011 e desde adolescente gosto de aprender línguas estrangeiras. No mesmo ano, descobri que a tradução (e a legendagem, mas ainda não como algo sistemático, mesmo tendo lançado meu canal em 2010) seria uma forma prazerosa de combinar essas duas paixões, conhecer pessoas e trabalhar meu cérebro.
Comecei o mestrado em 2014 decidido a ser acadêmico de carreira, mas em 2012 já havia começado a ler sozinho livros de teoria tradutória, me introduzindo então no mundo técnico dessa especialidade. E então a coisa não parou: fui fazendo o mestrado, e ao mesmo tempo traduzindo e legendando como uma atividade paralela, quase nunca remunerada.
E no que resultou tudo isso?… Meu blog e meu canal têm textos, discursos, canções e documentários da União Soviética e dos países eslavos, traduzidos geralmente do russo e do ucraniano, que não se encontrariam em português em nenhum outro lugar, que nenhum comunista ou especialista teria fôlego para traduzir (ou porque não sabe essas línguas) e pelos quais poucos tradutores do russo e ucraniano (que por si já são poucos!) teriam interesse.
Assim, criei meu próprio nicho de traduções e legendagens de músicas dos países eslavos e material da antiga URSS, tornando-me de fato referência no assunto, o que é reforçado pelo fato de eu ter formação no assunto e estar me especializando na história do comunismo!
Um dos meus sonhos seria justamente me dedicar apenas à tradução e legendagem desses assuntos (daí me remeto a seu artigo anterior sobre especialidade, de que também gostei) e me tornar uma espécie de "supertradutor", aprendendo sozinho várias línguas (algo em que tenho habilidade) e cobrindo serviços diversos, especialmente com pouca oferta. Mas minha mãe vive falando: "Você vai ganhar pouco e não achar trabalho como tradutor, melhor fazer isso de vez em quando como bico [sic] e se concentrar na área acadêmica."
E assim, como vários outros cientistas sociais, tenho me focado na pós-graduação e por enquanto deixado a tradução e legendagem como hobbies que não deixam de ajudar no meu aprendizado de línguas e na aquisição de novas informações sobre minha área… Só o tempo dirá se continuarei essa pessoa divida ou se realizarei meu sonho, que aos mortais parece divagação maluca!
Abraços e parabéns pela iniciativa.
E fazendo a indesejada propaganda:
http://www.fishuk.cc
Não se sinta ofendido, provocado, ou qualquer coisa do tipo, Erick! rs
Você tem toda uma história e uma área pouco explorada nas mãos, até mesmo pela sua formação.
Como já falei algumas vezes, o tradutor não precisa vir do curso de Letras (eu mesma sou um exemplo disso), mas se você gosta e tem interesse na área, vai e se especializa. Com o conteúdo e a experiência que você tem (mesmo sendo informal), você tem o futuro pela frente.
Agora, não me venha comparar tradução com renda extra (como algumas marcas que não quero citar nome), que eu viro bicho!!! rs
Gostei muito da sua história e acho que vale a pena que você invista mais na tradução. Faz um curso de legendagem pra se aperfeiçoar também!! Acredito que isso te ajude bastante!!! 😉
Ah! Tradutor não morre de fome, não, tá?! rs Larguei meu emprego de carteira assinada com ótimos benefícios pra ser tradutora e fazer aquilo que eu realmente amo, e estou aqui! 😀
Vai se medo!!!! rs
Oi, Laila! Achei muito bonito mesmo o que você falou, obrigado pela resposta.
Entendi, então quer dizer que se eu seguir essa carreira, eu posso ter bastante campo. De fato, sempre li reclamações de tradutores a respeito do trabalho ruim feito por amadores, e concordo, sim, que o tradutor profissional é a melhor solução e que não é qualquer um a ter essa habilidade, apenas por ser fluente numa língua estrangeira.
Mas passando do campo pessoal para o campo profissional: se mesmo desejando me manter na carreira acadêmica, eu também decidisse fazer traduções e legendagens, claro, com o domínio da técnica e de forma lapidada, mas como um segundo ofício, como você veria isso? Você acha que o problema está na má qualidade que muitos proporcionam ao ver como uma "atividade complementar", ou o perigo é justamente ter dois ofícios, mesmo que se presumam ser as traduções e legendagens de alta qualidade? (Claro, mantendo sempre o foco na área de especialidade, porque não adianta eu ser historiador e querer fazer "bico" como tradutor de manuais de mecânica!)
É isso que eu queria ouvir de você também. Mais uma vez, obrigado por proporcionar esse espaço com discussões tão incomuns no meio intelectual. Abraços!
Não vejo problema em fazer duas coisas que você gosta. O importante é você ter tempo suficiente para conseguir conciliar os dois trabalhos. Digo isso porque muitas vezes (quase sempre) os prazos para a entrega dos trabalhos são curtos, muito curtos! Dependendo, se você trabalha com outra atividade pode não conseguir fazer as duas coisas ou, se quiser "abraçar o mundo com as mãos", um dos dois trabalhos vai ficar com a qualidade prejudicada.
Além de tradutora também sou professora, mas evito pegar muitas turmas e seleciono o meu horário de aula, justamente porque preciso de tempo para a tradução. Confesso que às vezes fico enrolada e quase arranco os cabelos pra conseguir dar conta de tudo, mas são duas coisas que amo fazer. Estudei, me dediquei e me especializei para trabalhar com ambas, e por isso te digo, se gosta dos dois, corre atrás e se profissionaliza (nos dois).
Nossa, finalmente alguém falou o que muitos deveriam ESCUTAR.
É deprimente ver a falta de "fé" que as pessoas colocam em nossa profissão, como se ela não fosse uma profissão valida.Odeio isso!!!!
Enfim, Parabéns pelo blog e pela tradutora que você é, pode ter certeza que você inspira muitos iniciantes por todo o Brasil.
beijos.
Só Deus e nós sabemos o quanto de tempo e de dinheiro a gente dedica pra começar na carreira. Quantos sábados, domingos, momentos com a família e com os amigos.
Chamar de bico é uma ofensa!!
Só complementando Laila, que dá pra notar que pessoas que acreditam que a tradução seja uma renda extra não estão inseridas no contexto, ou seja, não fizeram uma especialização acadêmica, cursos livres de especialização nas áreas de tradução e ainda menos participam de eventos da área. Se tivessem alguma noção do nosso universo, certamente conheceriam alguns dos professores e palestrantes muitíssimo bem-sucedidos que já passaram por nossas vidas.
Beijos!