VI Congresso da Abrates – Parte 5 (final)

Chegamos ao último post sobre o Congresso da Abrates!
E nesse post vou falar sobre o Keynote Speaker #3 – “Falei bobagem. E agora?” com o Ulisses Wehby de Carvalho.
Quem acompanha o blog sabe que já citei o Ulisses e o Tecla Sap por aqui algumas vezes. Eu já companhava o Ulisses pela internet (blogs, entrevistas, podcast…) e adorava. Digamos que agora virei fã de carteirinha!!! (Ainda existe isso ou estou ficando velha???) Sem falar do conhecimento e experiência que ele tem, também é uma pessoa super simpática!
Fiquei igual criança (de tão alegre) depois que consegui tirar foto com ele!!! rs
Bom, mas vamos ao que interessa!!! rs
Errar é humano, todos sabemos. Mas, como dito na palestra, “ao intérprete não é concedido o direito de hesitar!” É preciso ter e transmitir confiança. Mesmo assim, às vezes acontecem alguns erros que podem ser causados por vários motivos como:

 

  • Lacuna cultura/linguística: falha no áudio, sotaque, mau uso do microfone
  • Deduções equivocadas: é preciso ter cuidado com palavras sem gênero como manager, cousin, nurse, pois podemos traduzir como masculinas e depois descobrir que são femininas
  • Attention split
  • Assunto difícil
  • Orador difícil
  • Som ruim
  • Relay (esperar traduzir do francês para o inglês para então traduzir para o português). Isso também pode fazer com que a qualidade final fique aquém
  • Interferências mil (qualquer coisa que tire a sua atenção)
  • Excesso de confiança (“Há uma linha muito tênue entre a confiança e a arrogância”)
Também precisamos saber lidar com os elogios e com as criticas. Muitas vezes, tanto um como o outro são infundados, principalmente quando há a possibilidade de comparar a tradução com o original, como na interpretação e na legendagem. Recebemos criticas e elogios que muitas vezes são infundados.
O intérprete também precisa saber controlar suas emoções, e isso vai muito além do riso e do choro. É preciso controlar inclusive sua vontade de ir ao banheiro!
Quanto às piadas, geralmente o intérprete não tem tempo para explicá-las, então, há duas opções: ou traduz do jeito que foi contada, ou faz uma adaptação para que seja melhor entendida pelo público ouvinte.
O Ulisses também contou algumas experiências do dia a dia como intérprete e gravei duas delas. O vídeo está um pouco tremido, mas não tinha como não rir… rs
Para terminar, uma reflexão: “O que a gente faz não é ciência exata. Pode acontecer alguns erros. Mas não podemos deixar que um deslise estrague todo o resto”.
No final da palestra, Ulisses contou que está se aposentando como intérprete e vai se dedicar ao blog como uma forma de retribuir e ajudar outras pessoas. No momento das perguntas, alguém levantou a ideia dele dar aulas para quem quiser ser intérprete, em algum curso. Confesso que eu amei a ideia!!! Adoraria ser aluna dele, afinal, a gente aprende não apenas com a teoria e a nossa prática, mas também com a experiência dos colegas!
No encerramento já fomos informados que o próximo Congresso será no Rio de Janeiro (OBAAAA!!!!), mas ainda não temos data. Assim que a Abrates divulgar informarei aqui no blog!
Só posso dizer que adorei participar do Congresso! Foi muito bom conhecer pessoas que conhecia apenas pela internet. Amigos virtuais que se tornaram reais! Pessoas que não conhecia e passei a conhecer, e agora mantemos contato, seja pelo Facebook, Twitter, LinkedIn… Trocamos muito mais que cartões de visita: trocamos experiência, o que é muito mais enriquecedor!
Guardarei a lembrança desse momento eternamente! E as fotos, claro, não poderiam faltar!!!
Para quem não nos conhece: somos as moderadoras do Grupo Tradutor Iniciante.
Os moderadores não estavam presente no Congresso.
Aguardo vocês no VII Congresso da Abrates!!!!